Três Perguntas para George Rubadel


Três Perguntas para George Rubadel />

01/11/2017

Blog BMagic

1)    A Mágica tem sido utilizada cada vez mais como elemento lúdico e didático. Qual sua opinião sobre esta situação?

Primeiramente obrigado à BMagic pela oportunidade e gostaria de parabenizar o empenho desta empresa em levar não só produtos de qualidade aos mágicos do Brasil, mas também conteúdo de relevância para o crescimento artístico nesse seguimento. Em relação à pergunta, não é de hoje que tanto os mágicos, até mesmo professores e palestrantes descobriram o poder que um bom número de mágicas tem de prender a atenção de seus interlocutores. A Mágica tem uma capacidade cognitiva gigantesca, sendo aliada à uma determinada informação ou contexto, a chance de associação e permanência na memória de quem assiste é muito maior do que se aplicada sem nenhum elemento lúdico. E com o passar dos anos a população vem desenvolvendo cada vez mais distúrbios relacionados à falta de atenção. O que de certa forma auxilia bastante agregar números de mágica à qualquer tipo de assunto, seja educativo ou motivacional. Elevando ainda mais a aceitação por parte de empresas que contratam artistas mágicos com esta finalidade.

2)    Você faz muitos shows para empresas, como faz para motivar tantas pessoas?

Primeiro preciso explicar como me tornei palestrante. Sou mágico desde 2000, mas foi em 2004, quando ainda era diretor financeiro de uma multinacional e a mágica era apenas um complemento de renda nos meus finais de semana, fui à SP para o 1º Congresso Brasileiro de Mágicos, lá assisti o Clovis Tavares, já o conhecia de fama, mas me inspirou profundamente esta história de usar a mágica como elemento didático para motivar pessoas. Então fui pesquisar outros artistas do Brasil que também seguiam esta mesma linha, mágicos como Bianko e Carlos Hilsdorf, todos serviram de influência. Porém devido à minha pouca idade na época (vinte e poucos anos), apesar de já ter uma bagagem profissional precoce, eu resolvi esperar um pouco para adquirir maturidade e mais conhecimento. Passei dez anos estudando não só palestrantes, mas também áreas relacionadas, como Psicologia, PNL, Relacionamento Interpessoal e Hipnose. Talvez por conseguir aplicar um pouco de cada uma destas áreas em minhas palestras, o resultado da motivação tem sido cada vez mais satisfatório. Como diz meu grande amigo e também palestrante Rafael Baltresca, quando a motivação é superficial e externa, dificilmente é possível segurar este fenômeno por muito tempo na mente das pessoas. Por isso sigo uma linha de não apenas motivar, mas também apresentar conteúdo aplicável e ferramentas que a pessoa possa usar em seu dia-a-dia.

3)    Como você utiliza a mágica em Seu cotidiano?

Como mágico profissional por mais de quinze anos, trabalhei em diversos seguimentos da nossa área, de festas infantis a eventos corporativos. Foram mais de 4.000 apresentações ao longo deste tempo. O que sem dúvidas trouxe alguma bagagem artística e empresarial, uma vez que nunca conseguia me associar à um empresário, então isso me obrigou a estudar e dedicar também à parte administrativa de minha própria carreira. Depois de tanto tempo e muito trabalho, como em qualquer profissão, chega um ponto onde mesmo gostando muito do que se faz, há um desgaste. Onde confesso, que já não tinha mais tanto prazer em fazer mágicas como hobby. Num evento social por exemplo, as pessoas sempre me pediam para fazer mágicas e logo eu vinha com a desculpa que eu estava “de folga”. Ou seja, a mágica havia se tornado apenas minha profissão e não mais um prazer. A entrada das palestras em minha vida me devolveu o prazer de fazer mágicas. Pois além do volume de trabalho como mágico que diminui consideravelmente, hoje em dia consegui retomar o prazer em fazer mágicas onde quer que eu esteja. A antiga paixão voltou, inclusive durante as palestras onde me utilizo deste artifício e consigo unir o que mais gosto de fazer, que é encantar pessoas, ao fato de poder inspirar e motivar à quem me assiste.